Você fecha os olhos e começa o jogo. Todos se escondem. Você dá o compasso da sua própria espera. É preciso dar tempo ao tempo. Para que possam se esconder. Mas também é preciso sair a busca. Para que você possa encontrar. E antes que termine a contagem – os números são infinitos, meu bem – eis que você encontra. E eis que é encontrado. Nesse jogo, todos se disfarçam, se encobrem, se fantasiam. Mas você, nessa altura do campeonato, já aprendeu: a razão do esconderijo é o desejo do encontro. E a razão do encontro é a necessidade de uma nova procura. Ainda que seja uma expedição de caça ao próprio objeto já encontrado. Afinal, são detalhes tão pequenos a se desvendar... Jogo de esconde-esconde com três regras básicas:
1 – o amor é velho
Mais velho que as tábuas de Maomé, muito mais antigo que a história de Adão e Eva.
O amor zomba dos anos.*
2 – o amor é mutante
O tempo transforma tudo, tanto as regras do jogo quanto a paisagem vista da janela.
O amor anda no rastro dos ciganos.*
3 – O amor é sujo
Nenhum jogo consegue ser limpo.
O amor é poço onde se despejam lixos e brilhantes.*
Obs.: *O amor é velho, menina. Música do Tom Zé. É só procurar no youtube que você encontra.
Clara.
1 – o amor é velho
Mais velho que as tábuas de Maomé, muito mais antigo que a história de Adão e Eva.
O amor zomba dos anos.*
2 – o amor é mutante
O tempo transforma tudo, tanto as regras do jogo quanto a paisagem vista da janela.
O amor anda no rastro dos ciganos.*
3 – O amor é sujo
Nenhum jogo consegue ser limpo.
O amor é poço onde se despejam lixos e brilhantes.*
Obs.: *O amor é velho, menina. Música do Tom Zé. É só procurar no youtube que você encontra.
Clara.