Na capa da revista
Pendurada na banca de jornal
As letras, destacadas, gritam
A classe média sofre
A crise
Na outra esquina
Um homem
Velho
Sem classe, sem casa, sem crise
Esmigalha um pão
Duro, velho, riste
Não é sua miséria
Ali estampada
Mas seus infinitos
Desenhados
Enquanto na praça
Lança migalhas
Aos pombos
Há dois dias, não é a matéria que me agoniza
É o desenho do homem e sua delicadeza
De sonhos
Que voam
Ele fica
Clara.
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