domingo, 9 de maio de 2010

Gaste tudo em fantasia

O Amor dança em um baile à fantasia. Ele é o dono da festa e gosta de brincar com seus convidados. Se veste de Cinderela e sapatinho de cristal para fugir e poder ser encontrado. Mas também gosta de pregar truques em quem o está observando. Nessas horas, coitados dos mais ingênuos: ele se faz de mágico, pega sua cartola e desaparece sem deixar rastros. Sua fantasia preferida é a de equilibrista, pois, em se tratando de Amor, bom mesmo é descobrir como andar sobre a corda bamba. Mas é só desviar os olhos da corda que lá vai ele, com sombrinha na mão, dançando alegre um frevo bem colorido. Ah, você não conhece o Amor. Ele é palhaço rindo de nós, sua plateia; mendigo pedindo um beijo de esmola; puta se oferecendo pela bagatela de um cigarro; fugitivo da cadeia procurando uma viela qualquer onde possa se esconder; enfermeira desejando curar feridas; pirata em busca do tesouro perdido. O Amor é versátil, combina com qualquer fantasia. Às vezes se faz de Bela, outras vezes é a própria Fera; em alguns minutos se disfarça de Chapeuzinho Vermelho para no instante seguinte se vestir de Lobo Mau. Mas como na história d'O Médico e o monstro, ele perde o controle de si e nunca sabe a fantasia que estará usando na marchinha seguinte. O Pierrot ou a Colombina? Não importa, é sempre a mesma a máscara negra.
Clara.

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